domingo, 18 de janeiro de 2009

CRÍTICA ERUDITA

Quedei-me incrédulo ante a conspicuidade que prestaram ao termo "BBB", do qual me servi durante acepipes e pitéus deglutidos por acasião da efeméride no habitáculo do dileto correligionário Andre. Por que tamanho pasmo? Acaso seria eu totalmente ignaro do vernáculo? Pensam os que chamam contra mim que só frequento valhacouto de palpalvos onde o xulo é primaz? Triste falácia. Sou douto palrador. Apenas, por vezes, oculto a plêaiade do meu verbo, plectro puro, por natural recato.

Deleito-me ao refletir no semblante alvar dos malquistados, se me ouvissem brindar com mais vocábulos a malta platípode que repilo. Assombram-se com o bonifrate, que tal casquilho? Casquilho, sim, tem jetatura. Julga massar-me a chusma abostelada. Recolham-se! Da minha boca jamais ouvirão linguajar de bolicheiro.

Indago, o que mais fácil: praticar choldraboldra em passeatas crepitosas ou cultuar a última flor do lácio inculta e bela? A pureza da lingua é meu colunelo. Bonifrate, disse, e não burlei cânones de escribas. Faz parte de meu colóquio hodierno: como estarola, óbice e bolônio. Perde em estesia a farândula e seu ódio esgueia-se em fina gaivagem. Aos que imaginam que sou galucho, respondo com o galarim do estilo. Apraz-me a condição de turgimao do esdrúxulo. Não galreio com lapuzice a não ser quando quero igualar-me à luna. Pouco casos dos nécios que não percebem o néctar de expressões para mim prezáveis, pois uma pinhoca só não faz parreira. Pimpem, pimpem, aldrabões! Não me aceitam magniloquente, por receio do cortejo. É mister que pletora erudita de uns seja a carência mísea de outros. Nem sei por que abespinhar-me, quando no fundo não passam de biltres, bucéfalos e calaceiros. Reles bufarinheiros.

Quanto a mim, conduzo a veação com rédea firme. Não tremeluz a mão que exerce o oficio. Ao contrário do que dizem os que me asseteiam, sou imune à bajulação dos áulicos. Com o intuito de denegerir-me, os pérfilos enliçadores formam sodalícios, contubérnios, conventículos e corrilhos numa pandilha de telérrimos, salardanas. Aleivosias não desenastrarão alianças e com maranduvas não evitarão minha manutenência soberana. Pensam-na esmadrigado? Há! Há! Desato numa casquinada. Enfim, repito: contra mim, estão os sevandijas, bulhentos, sardanapalescos, pirangas, caramboleros, pecos e bolônios.

O mais e dichote.

Basta de cherinóia.

(autor desconhecido)

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