terça-feira, 28 de julho de 2009

Penedo em Foco na Educação Estadual



A Educação Em Greve


Não há arco-íris sem o sol e sem a chuva e suas cores são sempre as mesmas. Analogamente não existe educação sem professor e sem aluno e suas lutas assumem as mesmas características, isto é, fundamentam-se no mesmo ideal.
Assim surgem as reivindicações por um melhor ensino-aprendizagem, buscando uma decente formação continuada.
O 28 de julho em Penedo, amanheceu como um novo tempo quando os segmentos funcionários, pais, professores e alunos, unidos, saem as ruas do tri-centenário para protestarem contra os descasos políticos: carência de professores, funcionários administrativos, mobiliário sucateado e uma reforma urgente nas instalações prediais das escolas públicas.
O governador não respeita a classe nem os apelos da sociedade que, através do Ministério Público que é o defensor social no conflito de discussões teórico-práticas no processo das deliberações estaduais, vem cobrar do governador uma atitude que vise a melhoria da Educação em nosso estado.
A pauta de reivindicações é uma constante sobre a bandeira polêmica das Assembléias preparatórias, debatendo diretrizes e estratégias para que alagoas desocupe o 26° lugar no ranking nacional da educação, ficando apenas à frente do estado do Amazonas! Essa é a triste realidade que se acometeu sobre a Educação pública em nosso estado. Educação essa, garantida pela Constituição Federal nos artigos:
Art. 205 . A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art.206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a arte e o saber;
III- Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV- Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V- Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivo por concurso público e prova e títulos aos da rede pública;
VI- Gestão democrática do ensino público, na forma de lei;
VII- Garantia do Padrão de qualidade;
VIII- Piso salarial nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal.

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

*Desconhecer a educação como um importante fator capaz de diminuir as diferenças sociais é como não reconhecer a Filosofia como a mãe de todas as ciências; é desconectar-se de todas as conquistas do ser humano no campo do conhecimento cognitivo. A prática educacional é uma concepção humana que eleva o ser, onde qualquer passo adiante só pode ser dado por quem já percorreu ou conhece os caminhos anteriores...
Prf° Roberto Vieira da Silva










quarta-feira, 8 de julho de 2009

O FANTASMA DE NEVERLAND

Estava na net quando vi uma notícia engraçada: Michael Jackson teria aparecido na CNN...

Não me comovi, essa última semana foi a semana Michael. No Gugu, no jornal, na rádio, até nas Americanas (O DVD dele já tinha até arranhado de tanto passar na sessão de CDs, não sei o que era pior, se era o Michael ou os vendedores oferecendo o cartão da loja), na midia inteira... Era Michael, Michael, Michael...

Foi aí que vi o vídeo no youtube e reconheci. A sombra não tinha nariz, era igualzinho... Comecei então uma pesquisa. Primeiro perguntei para o padre Guevedo o que ele achava, recebi a resposta que esperava:

-Non exziste paranormalidad! Isto é apenas uma ilusão psicológica que nos leva a acreditar que ele está lá...

Não acreditei muito nas meras palavras do padre e fui eu mesmo tirar a dúvida... Fui para Everland, a terra do nunca do Michael, acho que ele deu esse nome para as crianças nunca crescerem lá. Não sei qual era o intuito, e nem me interessa. Só queria ter certeza do que era real e o que não era...

Entramos escondidos no rancho. Eu, dois amigos fieis e uma câmera... Não faziamos a mínima idéia de onde ele estava, o local era gigantesco e escuro. Começamos a filmar:

-Diario de bordo, data estelar, meu nome é Arisson O grande e estou dentro de Neverland para tirar a limpo o mistério mais misterioso dos mistérios que ninguém conseguiu desvendar.

O câmera fez alguns jestos com a mão e o segundo amigo sussurrava:

-Vamos ter foco. Vamos ter foco.

Me preparei para falar quando vi um vulto:

-Vocês viram isso?

-O quê?

A câmera filmava locais vazios, o silêncio deixava um clima de Bruxa de Blair:

-Ali! Ali!

A câmera virou para o outro lado do cômodo em que estávamos, mostrando uma sombra andando de ré... Uma gargalhada semelhante ao fim da música "thriller" nos paralizou por alguns segundos... Após a paralisia nos separamos no pânico, cada um correu para um lado... Vi a câmera no chão, peguei ela e continuei correndo sem destino. Queria sair daquele lugar insano...

Tentei abrir uma das portas daquela casa gigantesca. Estava travada... Tentei abrir outra e dei de cara com o fantasma do rei do pop... Aquele rosto pálido era inconfundível:

-Oi?

Corri retornando o percurso já feito... Como mágica ele apareceu na minha frente... Sua voz parecia de uma menininha de filme de terror:

-Ei... Brinca comigo...

-Nem morto...

Tropecei e me apoiei em uma estátua. Uma passagem secreta abriu... Entrei e fechei por dentro como uma escotílha... Liguei a câmera e comecei a desabafar:

-Meu nome é Arisson O grande. Estou em Neverland e não sei, unf, onde estão meus amigos...

A câmera tremia e me filmava de perto. Eu estava todo suado e com os olhos arregalados no meio da escuridão... Sozinho... Tomei coragem, afinal de contas eram meus amigos... Abri a passagem secreta e saí furioso. É claro que estava com medo mas precisava salvar meus amigos... Peguei um ferro que achei no caminho e caminhei na direção da porta... Uma música de parquinho ficava mais alta...

Lá fora vi meus amigos. Vi Michael, ele estava fazendo carinho no cabelo de um deles... Todos giravam em um carrossel, era de lá que vinha a música:

-Arisson... Vem brincar, vem...

Depois que Michael disse isso meus pés se moviam sozinhos... Comecei a caminhar... Continuei lutando para me livrar do encantamento, mas era muito forte... Meus amigos gritavam "Corre!" e eu não conseguia controlar meus próprios pés... Michael tinha um sorriso bizarro na cara:

-Vem cá, vem...

Foi então que tive uma idéia insana: O único jeito de destruir um fantasma é com outro fantasma... Fechei os olhos e envoquei um espirito protetor... Quando abri os olhos tive êxito momentâneo... Deus havia enviado um espírito para nos devender daquela atrocidade. Alguém fortemente conhecida e capaz de nos salvar: A Dercy Gonçalves...

-Caralho - Disse um dos meus amigos...

A luta foi acirrada... Corremos e pulamos a cerca... Estávamos livres... Vimos que a vitória foi de Michael, a Dercy foi derrotada por pouco... Se ela tivesse jogado papel ao invés de tesoura...

Michael veio caminhando em nossa direção e a Dercy vicou chingando Deus e o mundo:

-Não se preocupem, ele não pode sair do rancho...

Ele atravessou as grades como se não existisse:

-Retiro o que eu disse...

Corremos para dentro do carro, mas ele não pegou, só no tranco... Tivemos que sair e empurrar... Eu mesmo entrei pela janela no desespero...

Uma semana depois vimos um outro noticiário na televisão... Algumas pessoas invadiram o rancho e descobriram o mistério... O reporter entrevistava um cara algemado que era levado pela polícia:

-Por quê você fez isso? Você não é o menino que fez o filme "Esqueceram de mim"?

-Fiz e faria de novo... Iria dar tudo certo se não fosse esses moleques e aquele cachorro...

Arisson O Grande

Publicado no Recanto das Letras em 08/07/2009
Código do texto: T1688807

TÉDIO

Sem inspiração. Sem ar. Sem vida. Sem sentido. Assim são os dias vazios, inúteis, cheios de nada. São dias traiçoeiros em que nos contentamos até com a nossa tristeza. Até mesmo com migalhas. Aliás, quem nunca ficou um pouco feliz com migalhas?.
O sol tocando o seu rosto, o vento parado, você sentado na varanda de casa ou jogado na cama tentando inventar algo para se distrair. Brincar com a própria sombrar nunca foi tão divertido, não é?.
As horas vão se arrastando, você fica cada vez mais cansado de não fazer nada. Pensa em ler um livro, mas sua mente está quase adormecida. Pensa em assistir um filme, mas nenhum parece ser bom o suficiente para salvar o dia. Liga para alguns amigos, mas nenhum atende. Lembra que dentro do armário tem uma tela que você nunca terminou, então, você pega os pínceis, as tintas e até prepara o clima com o melhor cd que tem, mas para a sua decepção a inspiração não vem e você volta para aquele tormento mais uma vez. Só há uma saída: ser forte e criativo o suficiente para sobreviver as horas que ainda restam do dia.
Tic-tac. Tic-tac. Tic-tac. Parece que nunca vai acabar, cada tic e cada tac é como um soco na cara. Você já está desfigurado, mas não admite a derrota, mesmo que isso já esteja levando você a loucura. Fazemos de tudo para sobreviver. Agora tenho certeza, e acho que você também, que brincar com a própria sombra é o passatempo perfeito e produtivo.
Uma vez disse que era muito feliz chutando uma pedra, duvidei se você acharia o mesmo. Mas agora tenho que perguntar: HOJE você seria feliz chutando uma pedra? Tenho certeza que sim. Eu pelo menos estaria no paraíso.
Em dias assim vejo que a felicidade está em coisas tão mesquinhas, mas nunca reconhecemos porque queremos muito. Queremos superar o limite. Nos surpreender sempre. Eu também quero, mas de outra forma. Do meu jeito patético, quase infantil e um pouco arrogante. Arrogância não combina comigo, mas quem nessa vida não é um pouco arrogante? Se até as crianças que são os retratos perfeitos da inocência que ainda nos resta são arrogantes, quem está livre dela? NINGUÉM; nem mesmo eu.
De repente anoitece, o sol não irrita mais, o vento começa a tocar levemente a sua face, você tem a leve ilusão de que a tortura acabou. Só que não é bem assim. Você vai deitar, desliga todas as luzes e se prepara pra dormir. O sono não vem, ninguém teve a descência de lhe dizer que hoje é dia de ficar acordado até o corpo gritar, gritar e gritar.
Você pensa novamente em ler um livro, mas qualquer coisa tira a sua concentração. Pensa novamente em assistir um filme, mas essa hora só está passando jornais e novelas. Maldito o dia que você resolveu não pagar a conta da tv a cabo. Triste, não é? Mas pense pelo lado bom, você ainda tem a própria sombra.


Alessandra Dinelli